terça-feira, 20 de outubro de 2009

"O Advozorro"

Em tempos não tão distantes, historicamente falando, em troca de seus serviços, de seus préstimos, o então “Advogado” (daquela época), recebia “honrarias”, e daí se explica facilmente o termo “honorários”, utilizado nos dias de hoje.



Imagine o leitor o filme “Espartaco”, ou então o mais recente, “O Gladiador”. Pois bem, é nesse cenário que coloco esse “Advogado”, ou seja, na antiga Roma. E também tente imaginar o leitor, um homem com profundos conhecimentos das regras sociais da época, que não era chamado de Advogado, mas sim de “patronus”, e ainda que os cidadãos buscavam o auxílio desses homens como uma forma de se defender, inclusive perante o próprio Estado, ainda na forma de consultoria, de conselhos e opiniões.



O Advogado, como profissional que é nos dias atuais, talvez tenha surgido lá por volta do século XIII, inclusive com o aparecimento de regulamentações da profissão (Ordenança Francesa do Rei São Luiz).



Como se vê, há muito tempo o cidadão, em geral, tem consciência da necessidade de alguém que compreenda as Leis, que tenha habilidade para interpretar essas Leis, e que consiga representá-lo perante o Poder Público.



A carreira jurídica encanta, envolve e inspira escritores, cineastas e outros artistas. E mais, se quem a exerce se encanta ainda nos dias de hoje, pelo grande motivo de simplesmente a exercer, pode-se dizer que as injustiças continuarão a indignar.



No filme “O sol nasce para todos”, com interpretação de Gregory Peck, um Advogado defende uma causa considerada absurda, ou seja, uma violência sexual cometida por um homem negro, contra uma mulher branca. Observo ao leitor que não conhece o filme, que o crime não foi cometido pelo negro. Mas, naquela cidade, naquela época, defender o cidadão negro foi, em síntese, uma afronta à sociedade local.



Esse é o exemplo do romantismo e do encantamento que envolve a carreira jurídica, especialmente a Advocacia, isto é, a oportunidade que o Advogado tem nas próprias mãos, de lutar pelo direito (Rudolf Von Ihering).



Não é raro, mesmo nos dias de hoje, o Advogado se sentir encantado exercendo sua profissão. São várias as situações. Por exemplo, defendendo uma empresa processada indevidamente na Justiça do Trabalho por um ex-funcionário aproveitador, conseguindo a escritura de um imóvel para uma pessoa humilde, recebendo indenização por danos causados pelo Estado, libertando um acusado inocente, etc.



Para dizer bem a verdade, e muitos Advogados se sentem assim, não há melhor reconhecimento do que o abraço apertado ou do olhar lacrimejante, daquele cliente a quem se fez justiça!

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